quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Por que Deus, em Êxodo 7.1, disse a Moisés que ele seria colocado como deus diante de Faraó?

“Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta”.

A intenção de Deus era que houvesse uma representatividade visível de si mesmo diante de Faraó. E Moisés seria este representante, a quem Deus usaria para manifestar seu poder ao governante do Egito, como quando derramou as dez pragas que assolaram os egípcios e seu monarca.

Quanto à fértil imaginação dos sectários acerca desta ou de outras incalculáveis passagens bíblicas (Cf. Bíblia de Estudo Apologética), não devemos, de forma alguma, considerá-la.

Caso contrário, teremos de viver retificando os textos sacros para evitar que os detratores continuem corrompendo a Bíblia.Além disso, a interpretação das Escrituras segue algumas regras básicas costumeiramente observadas pelos cristãos evangélicos.

Por outro lado, os sectários não estão interessados na real e correta interpretação dos textos bíblicos, querem apenas fazer valer suas conveniências, criando interpretações e até versões bíblicas que atendam aos próprios interesses doutrinários, como no caso das testemunhas de Jeová e a TNM (Tradução do Novo Mundo).

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Deus Existe - Comercial da Macedônia (Albert Einstein)

Deus Existe - Comercial da Macedônia (Albert Einstein)

Um vídeo interessante....O problema é que você deve esperar um pouco para carregar o vídeo para que ele não fique parando.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quem disse que Darwin é unanimidade? - Traduzido e adaptado por Julio Severo

Mais de quinhentos cientistas doutorados assinaram uma declaração que expressa publicamente seu ceticismo a respeito da teoria contemporânea da evolução darwiniana.


A declaração diz: “Somos céticos das afirmações defendendo a capacidade da mutação casual e seleção natural para explicar a complexidade da vida.


Deve-se incentivar um exame cuidadoso da evidência em prol da teoria darwiniana”.A lista dos 514 signatários inclui cientistas membros da Academia Nacional de Ciências da Rússia e dos EUA.


Os signatários incluem 154 biólogos, a maior disciplina científica representada na lista, bem como 76 químicos e 63 físicos. Todos eles têm doutorado em ciências biológicas, física, química, matemática, medicina, ciência da computação e disciplinas relacionadas.


Muitos são professores ou pesquisadores em importantes universidades e instituições de pesquisas, tais como: o MIT; o Instituto Smithsoniano; a Universidade de Cambridge; a Universidade da Califórnia, em Los Angeles; a Universidade da Califórnia, em Berkeley; a Universidade de Princeton; a Universidade da Pensilvânia; a Universidade Estadual de Ohio; a Universidade da Geórgia; e a Universidade de Washington.


O Instituto Discovery publicou, pela primeira vez, sua lista de “Dissidência Científica” contra o darwinismo em 2001 para desafiar falsas declarações sobre a evolução darwiniana feitas na promoção da série Evolution, transmitida pelo canal PBS. Na época, a série afirmava que “virtualmente todos os cientistas do mundo crêem que a teoria é verdadeira”.


“Os darwinistas continuam afirmando que nenhum cientista sério duvida da teoria. Contudo, aqui estão mais de quinhentos cientistas dispostos a tornar público seu ceticismo acerca da teoria”, disse o dr. John G. West, diretor associado do Centro de Ciência & Cultura do Instituto Discovery.


“Os esforços dos darwinistas para usar os tribunais, os meios de comunicação e os comitês acadêmicos para suprimir a dissidência e reprimir o debate estão, na verdade, inflamando mais dissidência e inspirando mais cientistas a pedir sua inclusão na lista”.


De acordo com o dr. West, foi o crescimento rápido no número de dissidentes científicos que incentivou o Instituto a lançar um site — http://www.dissentfromdarwin.org — para dar à lista um lugar permanente.


O site é a resposta do Instituto à demanda de informações e acesso à lista por parte do público e de cientistas que querem que seus nomes sejam acrescentados à relação.
“A teoria da evolução de Darwin é o grande elefante branco do pensamento contemporâneo”, disse o dr. David Berlinski, um dos signatários originais, que é matemático e filósofo científico no Centro de Ciência & Cultura do Instituto Discovery.


“A teoria de Darwin é volumosa, quase completamente inútil, e objeto de veneração supersticiosa”.


Outros signatários proeminentes incluem o dr. Philip Skell, membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA; o dr. Lyle Jensen, membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência; o dr. Stanley Salthe, biólogo evolucionário e autor de livros escolares; o dr. Richard von Sternberg, biólogo evolucionário do Instituto Smithsoniano e pesquisador do Centro Nacional de Informações de Biotecnologia dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA; o dr. Giuseppe Sermonti, editor da Rivista di Biologia, o mais antigo periódico do mundo sobre biologia ainda em circulação; e o dr. Lev Beloussov, embriologista da Academia de Ciências Naturais da Rússia.Veja a lista completa aqui: http://www.lifesite.net/ldn/2006/feb/06022204.html

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Big Brother da religião: Reality show turco quer converter ateus

Um novo reality show televisivo na Turquia mostrará rabinos, padres, irmãs e monges tentando converter ateus em fieis. O Vaticano enviará um padre, um monge budista foi recrutado, e os ateus que se converterem ganharão uma viagem para algum lugar sagrado. A autoridade religiosa muçulmana da Turquia não achou graça.

O Channel T não tem exatamente uma das maiores audiências da televisão turca. E esta estação de público segmentado, espremida numa área comercial de Istambul, ganhou as manchetes principalmente por causa da mulher que a comanda, Seyhan Soylu.
Com frequência chamada apenas de "Sisi" pela imprensa, ela tem 36 anos, é uma jornalista, ex-policial, transsexual e enfant terrible da Turquia.

Aos 20, filho de um diplomata e graduado na academia de polícia, ele fez uma operação para trocar de sexo. Aos 22, Sisi apareceu na capa da Playboy, e desde então desenvolveu um interesse por política em grande escala. Como funcionária pública, Soylu tomou parte na derrubada do primeiro-ministro fundamentalista Necmettin Erbakan em 1997.

Em setembro passado, a loira eloquente de braços tatuados foi até presa por suspeita de ser integrante da Ergenekon, uma organização ultranacionalista que Ankara acredita ter planejado um golpe para derrubar o governo.

Então talvez não seja nenhuma surpresa que Sisi também seja a força por trás do programa de televisão mais controverso do país. Durante semanas, o reality show criado pela chefe do Channel T e chamado "Tövbekarlar yarisiyor" (algo como "Competição dos Penitentes") esteve no centro do debate público.

O programa mostra 12 ateus e vários representantes religiosos, incluindo um padre católico e um ortodoxo, um imã muçulmano, um rabino judeu e um monge budista.

Autoridade religiosa: "Uma depreciação da religião"

Durante oito semanas, os clérigos, agindo de forma independente uns dos outros, tentarão converter os candidatos ateus às suas respectivas crenças.

O programa incluirá conversas face-a-face, sessões de perguntas e respostas em grupo e visitas a mesquitas e igrejas. Se os religiosos conseguirem converter um participante, este ganhará uma viagem para o lugar sagrado da religião em questão.

Um muçulmano recém-convertido fará uma peregrinação a Meca às custas do canal, um judeu irá para Jerusalém, um católico para o Vaticano e um budista para o Tibete.

Isso soa como uma piada, mas os criadores do programa no Channel T são muito sérios a respeito. "Selecionamos nossos 12 ateus entre mais de 200 inscritos. Já temos um compromisso do Vaticano, que planeja nos enviar um padre", disse Soylu em seu escritório no bairro de Güngören em Istambul. Um rabino e um monge budista também foram recrutados.

Inicialmente, o canal teve dificuldades em conseguir um representante do Islã, mas eventualmente encontrou um imã tunisiano disposto a aceitar o desafio.

Soylu diz que a autoridade religiosa hesitou em permitir a participação de um imã turco no programa, mas isso é um eufemismo. O Departamento de Assuntos Religiosos (Diyanet) de Ankara reagiu com irritação ao anúncio do Channel T sobre os planos para o programa.

"Nenhum imã" participará desse programa "ordinário", disse o presidente do Diyanet Ali Bardakoglu numa entrevista à TV. O programa, disse ele, não passa de um "erro fatal" e, mais do que isso, representa uma "depreciação da religião".

Mustafa Çagrici, mufti supremo de Istambul, que, assim como Bardakoglu, está entre as vozes mais moderadas do Islã turco, teme a falência do mundo Oriental. Experimentar com Deus, diz ele acaloradamente, é prejudicial à harmonia pública.

"Queremos ajudar as pessoas a encontrar Deus" Soylu, que vê a si mesma como uma "muçulmana devota com visões não dogmáticas" num país com uma população na qual 99% das pessoas pertencem à mesma religião, lançou um contra-ataque. "Onde está o problema? Nós não queremos incitar uma guerra religiosa", diz ela. "Queremos ajudar as pessoas a encontrar Deus".

Se o programa de fato acabar ofendendo as sensibilidades religiosas, o canal pode esperar receber uma multa da agência que regula a mídia turca. Na pior das hipóteses, ele poderá enfrentar a perda de sua concessão.

Ironicamente, os fiscais da mídia turca têm lidado com um número cada vez maior de programas absurdos há algum tempo. Na batalha por telespectadores, os canais turcos estão superando uns aos outros com programas de mau gosto como "Ver coskuyu" (algo como "Mostre do que é Capaz"), no qual os candidatos são cobertos de pequenos insetos ou recebem choques elétricos enquanto cantam uma música.

Em outro programa, que foi acusado de sexismo, um homem enfrenta 50 mulheres loiras num teste de conhecimento - eventualmente ele ganha, mostrando que as loiras são intelectualmente inferiores.

O programa de Sisi sobre os ateus e a religião é relativamente inofensivo em comparação.

A socióloga turca Nilüfer Narli sente até que ele preenche uma necessidade social: "a crescente curiosidade em relação às outras religiões". Enquanto isso, ainda não está certo quando o programa "Competição de Penitentes" irá ao ar.

O canal primeiro anunciou sua estreia para setembro, mas agora um conselheiro do Channel T disse que ele não será lançado antes de outubro - depois do Ramadã, o mês de jejum islâmico.

Ter esse tipo de consideração é extremamente necessário.

Fonte:Der Spiegel

quinta-feira, 16 de julho de 2009

EU CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE - Por Norman Geisler – Tradução Elvis Brassaroto


Eu creio na ressurreição da carnePor Norman Geisler – Tradução Elvis Brassaroto


A través dos séculos, os cristãos ortodoxos sempre confessaram o credo dos apóstolos: “Creio na ressurreição da carne”. Esta confissão de fé na ressurreição “carnal” dos crentes é fundamentada na fé da ressurreição do corpo de Cristo.


Apesar da convicção inabalável da igreja histórica na ressurreição da carne, existem, em nossos dias, alguns que se julgam ortodoxos, mas não aceitam esta doutrina. No passado, também houve aqueles que se apartaram dessa confissão pregada pelo cristianismo apostólico, negando a realidade da ressurreição. Hoje, igualmente, alguns continuam sendo tentados a mudar de rumo negando a materialidade da ressurreição. O que nos chama a atenção nisso tudo é que os tais não têm dificuldades em pregar uma “tumba vazia” enquanto, de forma irônica, negam que um corpo material (carnal) possa ter emergido dela. Em resumo, enquanto negam a materialidade da ressurreição, confessam sua objetividade, e, baseados nesta confissão, concluem que detêm uma fé bíblica.


Existem acadêmicos que realmente acreditam que Jesus deixou para trás uma tumba vazia, entretanto, o corpo de sua ressurreição foi invisível e imaterial em sua natureza. Distorcem os ensinamentos do apóstolo Paulo e ensinam que “o corpo futuro (ressurreto) dos crentes não será carnal, mas unicamente um corpo espiritual”.
1 O professor E. Glenn Hinson concorda que Paulo foi convencido de que o Cristo que lhe apareceu no caminho de Damasco pertenceu a outra ordem de existência, diferente daquela que os discípulos conheceram em carne. “O Cristo ressurreto não possui um corpo físico, mas um corpo espiritual”.
2 O acadêmico Murray Harris, da Trinity Evangelical Divinity School, é outro exemplo deste deslize teológico. Ele é categórico em dizer que: “depois da ressurreição de Jesus o estado essencial de seu corpo era de invisibilidade e imaterialidade”.
3 Harris ainda acrescenta que o corpo de ressurreição dos cristãos “não será carnal de forma alguma”.
4 De acordo com esta concepção, o corpo ressurreto de Jesus não era o mesmo corpo físico que Ele possuiu antes de sua morte, mas uma espécie de segunda incorporação.

Perguntamos: Seria justo classificar essas pessoas de “hereges”, simplesmente porque afirmam que Jesus não ressuscitou no mesmo corpo físico no qual morreu? Qual é a importância de pregar que Jesus ascendeu ao céu com um corpo físico? Não bastaria apenas concordar que de fato Ele ressuscitou, que sua tumba está vazia e que Ele venceu o poder da morte? A resposta para estas questões encontra respaldo em elementos históricos e teológicos. Vejamos:

A confissão da igreja cristãAntes de qualquer coisa, não há como negar a contundência confessional da igreja cristã. A igreja não apenas sempre afirmou a imortalidade do corpo da ressurreição, mas também sua materialidade.


A igreja sempre concordou com o apóstolo Paulo de que o corpo da ressurreição é um corpo “espiritual”, ou seja, um corpo dirigido pelo espírito, porém, jamais negou que fosse também um corpo material. Isto está de acordo com o que o apóstolo ensina: “Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1Co 15.44).


O testemunho apostólicoDesde o princípio, a igreja cristã confessou que o corpo físico de Jesus foi elevado ao céu. Esta convicção está baseada em várias referências explícitas do Novo Testamento e em vastas evidências tangíveis.


O próprio Jesus disse que o corpo no qual ressuscitou era de “carne e ossos” (Lc 24.39). Falando sobre a ressurreição de Cristo, Pedro insistiu neste assunto ao pregar que a “carne dele (Jesus) não viu a corrupção” (At 2.31). Escrevendo posteriormente sobre a ressurreição, João declarou que Jesus veio [e permaneceu] em carne” (1Jo 4.2. Cf. 2Jo 7).


O corpo que emergiu da tumba na manhã pascal foi visto por aqueles que duvidaram (Mt 28.17), foi ouvido por Maria (Jo 20.15,16), e até mesmo abraçado pelos discípulos (Mt 28.9) em muitas ocasiões depois da ressurreição. Além disso, Jesus se alimentou pelo menos quatro vezes após sua ressurreição (Lc 24.30; 24.42,43; Jo 21.12,13).

Ele também mostrou as cicatrizes de sua crucificação quando desafiou Tomé, dizendo: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27).


O testemunho Pré-Niceno
Seguindo o testemunho apostólico, o testemunho Pré-Niceno (isto é, anterior ao concílio de Nicéia, registrado no ano 325 d.C.), também evidencia a crença na ressurreição da carne.
Um dos pais da igreja, Justino Mártir (100-165 d.C.) disse claramente: “A ressurreição é a ressurreição da carne que morre”.5 Em relação àqueles que insistem que Jesus ressuscitou apenas espiritualmente, dizendo que seu corpo tinha somente uma “aparência” de carne, Justino declarou que “tais pessoas buscam privar a carne da promessa”.6
Justino até relaciona que a ascensão de Cristo aponta que é possível “a carne ascender ao céu”.7
Tertuliano (160-230 d.C.) declarou que a ressurreição da carne é uma “regra de fé” para a igreja quando disse que isto foi “ensinado por Cristo” e somente negado por hereges.8
Em seu tratado, “A ressurreição do corpo”, Tertuliano comenta sobre um professor cristão do segundo século, Athenagoras, que havia chegado à conclusão de que “o poder de Deus é suficiente para ressuscitar corpos mortos, e este poder é mostrado pela criação destes mesmos corpos [...] Se quando os corpos físicos não existiam, Deus os criou em sua primeira formação, com seus elementos originais, Ele (Deus) poderá, quando estes corpos se dissolverem, de qualquer maneira, os elevar novamente com a mesma facilidade com a qual os criou [...] Isto também foi igualmente possível a Ele (Jesus)”.9


O testemunho Pós-Niceno
No quarto século, o segundo credo de Epifânio (374 d.C.) confessou que “a Palavra se tornou carne [...] o mesmo corpo carnal que sofreu; ressuscitou e foi elevado ao céu [...] Ele (Jesus) virá no mesmo corpo em glória para julgar os vivos e os mortos”.10 Cirilo de Jerusalém (315-386 d.C.) classificou como herética a reivindicação de que “o Salvador ressuscitou como um ‘fantasma’, não real fisicamente”, pois isso contraria o que Paulo disse que Deus prometeu “acerca de seu Filho que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1.3,4).11
O preeminente teólogo Agostinho (354-430 d.C.) declarou: “É indubitável que a ressurreição de Cristo e sua ascensão ao céu em carne já foram proclamadas e cridas no mundo inteiro”. Agostinho chega até a afirmar que Deus juntará novamente ao corpo da ressurreição “todas as porções que foram consumidas pelas bestas ou foram incendiadas, ou foram dissolvidas em pó e cinzas...”.12


O testemunho medieval
Anselmo de Cantuária (1033-1109 d.C.) também insistiu na natureza material do corpo da ressurreição.
Falando sobre o assunto — “como o homem subirá com o mesmo corpo que possui neste mundo” — asseverou que: “se o homem será perfeitamente restabelecido, sua restauração deveria torná-lo como se ele jamais tivesse pecado [...] Então, como homem livre do pecado, ele seria transformado com o mesmo corpo anterior, mas a um estado imortal. Assim, quando for restabelecido, deverá possuir o ‘próprio corpo’ em que viveu neste mundo”.13
Nesse contexto, o grande teólogo, Tomás de Aquino (1224-1274 d.C.), disse acerca da ressurreição: “O espírito em si não torna um corpo ilusório ou divino, ou um corpo com outra constituição orgânica, antes um corpo humano é composto de carne e ossos e todos esses elementos desfrutam de existência”.14



O testemunho da Reforma Protestante
A Reforma Protestante prosseguiu afirmando a ortodoxia da natureza material do corpo da ressurreição. A Fórmula de Concórdia Luterana (1576 d.C.) reza: “Acreditamos, ensinamos e confessamos [...] os artigos principais de nossa fé sobre a criação, a redenção, a santificação e a ressurreição da carne...”.15
A Confissão de Fé Francesa, preparada com o auxílio de João Calvino e aprovada pelo Sínodo de Paris (1559 d.C.), pronunciou que: “Embora Jesus Cristo, ressurreto dentre os mortos, tenha evidenciado a imortalidade de seu corpo, contudo, não negou a verdade de sua natureza, e nós o consideramos em sua divindade, sem, contudo, despojá-lo de sua humanidade”.16


A Confissão de Fé Belga (1561 d.C.), adotada no Sínodo de Dort (1619 d.C.), declara que: “Todos os mortos ressurgirão da terra, e suas almas unir-se-ão aos corpos nos quais viveram antes de morrerem”.17 Avançando um pouco no tempo, os Trinta e Nove Artigos que a rainha Elizabete estabeleceu como posição doutrinária para a Igreja da Inglaterra (1562 d.C.) confessa que: “Cristo verdadeiramente ressurgiu da morte, novamente em seu corpo, com carne, ossos e com todas as propriedades necessárias para a perfeição de sua natureza humana; por meio do qual ascendeu ao céu...”.18
Finalmente, a Confissão de Westminster (1647 d.C.) proclamou o seguinte: “Jesus foi crucificado, e morreu; foi enterrado, e permaneceu debaixo do poder da morte, porém, não viu qualquer corrupção. No terceiro dia ressurgiu dos mortos, com o mesmo corpo no qual sofreu e também ascendeu ao céu...”.19


Diante dessa “multidão” de testemunhos, nem mesmo aqueles que negam que Jesus ascendeu ao céu em carne são capazes de recusar que “até os tempos da Reforma Protestante os credos ocidentais falaram somente da ressurreição da carne”.20



A importância da ressurreição da carne
Tendo examinado a evidência histórica, nos ateremos agora à questão teológica: Que diferença faz se Jesus realmente ressurgiu no mesmo corpo de carne no qual viveu e morreu?
A resposta do Novo Testamento a esta pergunta é clara e inequívoca. Se Jesus não ressuscitou fisicamente, não há salvação (Rm 10.9), a ressurreição é o centro do evangelho pelo qual somos salvos (1Co 15.1-5). O apóstolo Paulo listou uma série de conseqüências relacionadas à negação da ressurreição física. Se Cristo não ressuscitou, então: nossa fé é inútil; nós ainda permanecemos em nossos pecados; os que dormiram em Cristo estão perdidos; os apóstolos são falsas testemunhas; e somos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15.14-19).


Além dessas conseqüências resultantes da negação literal (carnal) da ressurreição, há outros problemas teológicos cruciais. Vejamos:


O problema da criação
Deus criou o universo material (Gn 1.1) e tudo o que criou “era muito bom” (v. 31). O pecado, porém, trouxe a morte (separação) e deteriorou a criação de Deus: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
Além disso, por causa do pecado do homem “a criação ficou sujeita à vaidade [inutilidade] (Rm 8.20). Assim, a criação tem gemido e esperado pela libertação da servidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm 8.21). Igualmente, nós, os crentes, “esperamos avidamente pela nossa adoção como filhos, a redenção de nossos corpos. Porque nesta esperança somos salvos” (Rm 8.23,24).


Considerando que a criação material de Deus caiu, ficou claro que, para que a redenção fosse efetivada, teria de restabelecer esta criação material. Os humanos pecam e morrem em corpos materiais e devem ser resgatados nos mesmos corpos físicos. Qualquer outro tipo de libertação seria uma admissão de derrota. Igualmente, por causa da queda do homem, toda a criação de Deus foi entregue à decadência para a recriação de um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1-4).


Se a redenção não restabelecer a criação física de Deus, incluindo nossos corpos materiais, então o propósito original de Deus, criando um mundo material, teria sido frustrado. Como o professor Robert Gundry habilmente considerou: “Qualquer coisa alheia a isso lança por terra o ensino de Paulo acerca do resgate do homem por meios físicos para o serviço eterno e adoração de Deus em uma criação restabelecida”. Assim, “desmaterializar a ressurreição, por quaisquer meios, é castrar a soberania de Deus em seu propósito criativo e graça redentora”.21


O problema da encarnação
O conceito de negação de que Cristo veio ao mundo em carne humana é chamado de docetismo. Conseqüentemente, a negação de que Cristo ressuscitou em carne humana é uma espécie de neodocetismo. Ambos minimizam a humanidade plena de Cristo, o primeiro (docetismo) antes da ressurreição, o outro (neodocetismo), depois da ressurreição.
O docetismo foi o termo usado para designar uma seita que surgiu dentre o gnosticismo. O apóstolo João escreveu sua epístola advertindo a igreja contra aqueles que negavam que “Jesus Cristo” veio em carne (1Jo 4.2). Tal declaração joanina insinua que Jesus veio em carne no passado e permanecia na carne quando o apóstolo escreveu estas palavras, após a ressurreição.
Na passagem paralela, o apóstolo novamente adverte contra aqueles “que não confessam que Jesus Cristo veio em carne” (2Jo 7). Isto esclarece que João considerava um erro doutrinário negar a carne de Cristo, tanto antes como depois de sua ressurreição.
A razão é óbvia: a carne humana faz parte da nossa verdadeira natureza humana criada por Deus. Conseqüentemente, negar que Cristo ressuscitou em carne humana é privá-lo da plenitude de sua natureza humana.


O problema da salvação
Entre outras coisas, podemos definir a salvação como a vitória sobre a morte (1Co 15.54,55). Como a morte foi o resultado do pecado, e envolve diretamente o corpo material, o corpo que é ressuscitado deve ser material, para que ocorra uma vitória real sobre a morte. Fracassar na confissão de que Cristo ressuscitou em um corpo material lança por terra todo o evangelho de Cristo.

Em sua obra final sobre a natureza do “corpo” (grego: soma) no Novo Testamento, o professor Gundry nota que somente se Cristo ressurgiu no mesmo corpo físico no qual morreu, podemos dizer que “Cristo efetuou a conquista sobre a morte”.22 Conseqüentemente, “a ressurreição de Cristo foi e a dos cristãos também será física em sua natureza”.23 Um desvio nessa confissão representa a aniquilação dos propósitos redentivos de Deus para com a raça humana.


O problema da decepção
Também existe um grave problema moral. Alguns reivindicam os aparecimentos de Cristo como meras “materializações” realizadas com o fim de convencer os discípulos da realidade de sua ressurreição, mas não exatamente sua materialidade. Mas o que o próprio Jesus disse? “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Jesus desafiou Tomé a tocar em suas cicatrizes e a “deixar de ser incrédulo e ser crente” (Jo 20.27).

Dada a correlação e conseqüente identidade das cicatrizes com o corpo antes da ressurreição, a única impressão que estas palavras poderiam causar na mente dos discípulos era de que Jesus obviamente estava reivindicando ter literalmente ressuscitado no mesmo corpo em que morreu, um corpo material, tangível, palpável. Ou cremos desta forma ou somos impelidos a dizer que Jesus ludibriou (enganou) descaradamente os seus seguidores. Qual alternativa se harmoniza com o evangelho?



O problema da imortalidade
A negação da natureza material do corpo da ressurreição é fatal para a crença cristã da imortalidade. Ao contrário dos gregos antigos, os cristãos acreditam que a verdadeira imortalidade envolve a pessoa inteira, inclusive seu corpo, ou seja, não se trata somente da continuidade da existência da alma.
Mas se Cristo não ressuscitou no mesmo corpo físico em que morreu, então não temos nenhuma esperança real de que atingiremos a verdadeira (plena) imortalidade. Paulo declarou que “Jesus Cristo, aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (2Tm 1.10).
É tão-somente pela vitória de Cristo sobre a morte física que os crentes podem proclamar: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.55). Caso contrário, retomando as palavras de Paulo aos coríntios, “os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1Co 15.18).


O problema da verificação
Uma ressurreição imaterial não possui valor comprobatório algum. Se Cristo não ressurgiu no mesmo corpo material que foi encerrado na tumba, então a ressurreição perde totalmente o seu valor como uma evidência para a reivindicação de sua divindade.
Entretanto, vemos nos evangelhos que Jesus freqüentemente apontou sua ressurreição como prova cabal de suas reivindicações (Jo 2.19-22; 10.18). Em uma dessas ocasiões, Jesus indicou a ressurreição como um sinal inigualável de sua identidade, e declarou que “nenhum outro sinal seria dado àquela geração má e incrédula” (Mt 12.39,40).

Da mesma forma, os apóstolos também ofereceram os aparecimentos da ressurreição de Jesus como sendo “muitas provas convincentes” (At 1.3). Eles empregaram o fato da ressurreição inúmeras vezes como um dos principais fundamentos da pregação ousada e destemida que empenhavam (At 2.22-36; 4.2,10; 13.32-41; 17.1-4,22-31).
Paulo discursou aos filósofos gregos sobre um dia determinado “em que com justiça (Deus) há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31).

Há uma razão primordial para a conexão entre o fato da ressurreição física e a verdade do cristianismo: não há nenhuma evidência capaz de diferenciar entre uma ressurreição imaterial e uma não-ressurreição. Como poderíamos provar a ressurreição de Jesus se ela fosse apenas espiritual? Um corpo imaterial não tem nenhuma conexão verificável com um corpo material.
O único modo objetivo pelo qual o mundo poderia saber que Cristo ressuscitou era pela ressurreição material (da carne) do corpo em que Ele morreu. Como o poeta John Updike declarou: “Se Jesus não ressuscitou com o mesmo corpo em que morreu, se a dissolução de suas células tomaram seu corpo, se suas moléculas não se reanimaram, se seus aminoácidos não reacenderam, a Igreja sucumbirá!”



Notas:
1 Jesus - God and man. Lewis L. Wilkins and Duane A. Priebe. Philadelphia: TheWestminster Press, 1977, 2a ed., p.75.
2 Jesus Christ. E. Glenn Hinson. Wilmington: Consortium Books, 1977, p. 111.
3 Raised immortal. Murray Harris. Grand Rapids: Eerdmans, 1985, p. 53.
4 Ibid., p.124.
5 Fragments of the lost work of Justin on the resurrection. Justino Martir. (Todas as citações patrísticas pré-nicenas e pós-nicenas podem ser encontradas em Alexander Roberts and James Donaldson, nas obras The Ante-Nicene Fathers, vols. 1-14. Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1985; e Philip Schaff and Henry Wace, nas obras Nicene and Post-Nicene Fathers, vols. 1-14; William B. Eerdmans Publishing Co., 1983.
6 Ibid., cap. 2.
7 Ibid., cap. 9.
8 The prescription against heretics. Tertuliano, cap. 13.
9 The resurrection of the dead. Athenagoras.
10 The creeds of Christendom. Philip Schaff, vol. 2. Baker Book House, 1983, p. 37.
11 Cyril of Jerusalem: Catechetical Lectures, XIV, p. 21.
12 The city of God. Agostinho, Livro 12, cap. 5.
13 Curus Deus homo. Anselmo de Cantuária. Livro 2, cap. 3, citado em SaintAnselm: Basic Writings. Open Court, 1962, p. 241.
14 Compendium of theology. Tomás de Aquino, p.
153, citado em SaintThomas Aquinas philosophical texts. Oxford University Press, 1964, p. 278.15 The creeds of Christendom, Schaff, p. 98.
16 Ibid., p. 368-9.
17 Ibid., p. 434.
18 Ibid., p. 489.
19 Ibid., p. 621.
20 Raised immortal. Murray Harris. Eerdmans, 1985, p. 132.
21 Soma in biblical theology. Robert Gundry. Cambridge University Press, 1976, p. 176,181-2.
22 Ibid., p.176.
23 Ibid., p.182.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Delírio de Dawkins exposto Parte 1

Este vídeo traz Dr. Willian Craig expondo alguns pontos do livro "Deus, um Delírio".
Assista e tire suas conclusões da defesa de Laine - um filósofo cristão.

O Delírio de Dawkins exposto Parte 2

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Debates - A ciência é onipotente? (Craig vs Atkins)



Este debate aconteceu com um dos apologistas renomados Craig e o ateu Atkins.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma pergunta complicada - Quem incitou Davi a ordenar o censo?

Quem incitou Davi a ordenar o censo?
Estas passagens é uma contradição?
1- Segundo 2Samuel, cap 24, foi Deus.
2 -Segundo 1Crônicas, cap 21, foi Satanás
A bíblia é soberana e linda.

Vamos pensar sobre um atributo de Deus – A onipotência.
Esta passagem não possui nenhuma contradição, mas demonstra a soberania de Deus até sobre o inimigo.

Um dos atributos que Deus possui é a onipotência (Dele emana o poder). Deus é capaz de fazer todas as coisas e tem o controle de todas as coisas.

Deus possui o poder de controlar até o inimigo, fazer com que ele seja instigado para que a vontade Dele seja feita.

Olhando para a passagem de Jó, o diabo estava no céu fazendo o que?
Dando relatório.

Depois que o diabo disse a Deus que Jô o servia apenas porque tinha de tudo, Deus deu permissão ao diabo para tocar em sua vida até certo ponto. Isto fez com que a humanidade soubesse que Deus tem o poder e controle até sobre o inimigo.

Salmos 147 v. 5: Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento.

Sendo assim, Deus incitou o diabo para demonstrar a nós que existem homens que escolhem viver adorando-o não por interesse materiais e pessoais, mas por escolha própria.

Olhando para a passagem de Davi, as duas verdades foram registradas nas Escrituras Sagradas.

Mesmo que satanás tenha sido citado, ele foi incitado pela vontade de Deus. Se ele foi instigado por Deus, a Vontade de Deus também existiu e as Escrituras Sagradas registram as duas vontades, mas uma soberana sobre a outra.

NADA ACONTECE SE NÃO FOR DEBAIXO DA VONTADE DE DEUS

Mateus 10v. 29 - 30 - "Não se vendem dois passarinhos por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados."

Mesmo que satanás tivesse o objetivo de destruir o povo de Deus, isto não aconteceu, a vontade de Deus foi realizada.

O diabo queria matar Davi e seu povo, mas Deus queria humilhá-los e ensinar uma lição espiritual.

Posso concluir que: Deus instigou satanás para que instigasse o censo, para que o seu objetivo fosse alcançado, que era ensinar o povo fosse realizado.

Uma vontade debaixo de outra vontade.

Tanto Deus como satanás estiveram envolvidos nesta situação, mas Deus estava no controle.

Qual era o propósito de satanás?
Matar, roubar e destruir.

Satanás tentou matar o Filho de Deus, Jesus, mas quem instigou a morte de Jesus através dos sacerdotes?

Deus instigou satanás para que matasse Jesus, sendo assim, a remissão dos pecados veio através da vontade do Pai.

Para Satanás, se ele conseguisse matar Jesus, tudo acabaria e ele teria a sua vitória. Mas a morte de Jesus foi à vitória e não a derrota. Certamente ele espargiu o seu sangue para remir o pecado do ser humano (Ap. 1v. 5).

Mesmo que o diabo tenha incitado a multidão para gritar – Solte Barrabas, Crucifica Jesus! Qual era a vontade do pai?

Então, ambos estiveram envolvidos na crucificação de Jesus – mas na soberania de Deus, o objetivo do diabo foi frustrado e o de Deus realizado.

Isto nós vemos na crucificação e na vida de jó.

A vontade de Deus veio em primeiro lugar, Ele instiga o diabo.

Então – A vontade está debaixo de outra vontade, mas esta é soberana.

Mesmo que o diabo apareça, Deus possui a sua vontade soberanamente.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Como entender o fato de Paulo entregar 2 homens a Satanás?

“E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1Tm 1.20).

A carta de Timóteo é considerada pastoral, então, ela trata em sua maioria, de assuntos referentes à igreja e a ministérios. E nelas que encontramos vários avisos sobre a são doutrina.

Timóteo era um jovem obreiro, Paulo estava preocupado com ele, pois era considerado como filho na fé (I Tm 1 v. 1-2) e por estar enfrentando diversos problemas na igreja de Éfeso, ele se preocupa em orientá-lo em diversos aspectos.

m dos problemas enfrentados por ele é os falsos profetas que poderia estar tentando entrar no meio da igreja e levar os mais novos na fé para doutrinas que são consideradas heréticas.

I Timóteo 4 v.1-2
1 - Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios,
2 - pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada,

Muitos deles ainda arraigados na lei, ensinando a santificação através do legalismo. Paulo cita dois homens que deveriam ser um problema para a igreja, Himeneu e Alexandre.

Não sabemos que tipo de heresias eles estavam envolvidos, mas pela palavra sabemos que Timóteo tinha que estar firme na fé como foi lhe ensinado deste pequeno.
No momento que Paulo cita estes dois homens, ele também alerta Timóteo para estar firme em sua fé.
I Timóteo 1v. 18-20
18 - Esta admoestação te dirijo, filho Timóteo, que segundo as profecias que houve acerca de ti, por elas pelejes a boa peleja,
19 - conservando a fé, e uma boa consciência, a qual alguns havendo rejeitado, naufragando no tocante à fé;
20 - e entre esses Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.

Se estes dois homens foram considerados blasfemadores, certamente deveriam estar ligados a um ensinamento herético. A blasfêmia era considerada um problema grava nos tempos de Paulo, o afastamento era necessário.
O contexto das cartas nos sugere que eles estavam ligados a ensinamentos heréticos que poderiam desviar outros da fé.
Para alguns teólogos, entregar a satanás da uma idéia de que eles chegariam a cair na real e ver seus erros após estar longe do Corpo de Cristo. Esta atitude é como um procedimento de correção e punição.
A bíblia de Genebra explica este fato da seguinte forma: “Portanto, foram devolvidos ao mundo – domínio de Satanás (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2)”.
No mesmo sentido, a Bíblia de estudo Pentecostal considera: “Ser desligado da Igreja; por outro lado, deixa a vida da pessoa aberta aos ataques destrutivos e satânicos (Jó 2.6,7; 1Co 5.5; Ap 2.22)”.
Deus abençoe.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ARQUEOLOGIA BÍBLICA - 11 CIDADES COMPROVADAS


Evidências Arqueológicas
Christian Apologetics e Research Ministry Revista Defesa da Fé - nº 57 - junho de 2003

As cidades bíblicas descobertas pela ciência

As muralhas de Jericó

E a muralha ruiu por terra... (J s 6.20).

O dr. John Garstang, diretor da Escola Britânica de Arqueologia de Jerusalém e do Departamento de Antiguidades do governo da Palestina (1930-36), descobriu em suas escavações que o muro realmente "foi abaixo"; caiu, e que era duplo.

Os dois muros ficavam separados um do outro por uma distância de cinco metros. O muro externo tinha dois metros de espessura e o interno, quatro metros.

Os dois tinham cerca de dez metros de altura. Eram construídos não muito solidamente, sobre alicerces defeituosos e desnivelados, com tijolos de dez centímetros de espessura, por trinta a sessenta centímetros de comprimento, assentados em argamassa de lama. Eram ligados entre si por casas construídas de través na parte superior, como a de Raabe, por exemplo, erguida "sobre o muro".

Garstang verificou também que o muro externo ruiu para fora, pela encosta da colina, arrastando consigo o muro interno e as casas, ficando as camadas de tijolos cada vez mais finas à proporção que rolavam ladeira abaixo. O dr. Garstang pensa haver indícios de que o muro foi derribado por um terremoto, o que pode ser, perfeitamente unia conseqüência da ação divina.

0s cristãos não possuem nenhuma dúvida quanto à existência das cidades mencionadas no Antigo e no Novo Testamento. Por isso, dificilmente julgamos necessário conhecer alguma documentação que comprove esse fato.
Não obstante, sabemos que muitas obras religiosas não resistem à menor verificação arqueológica, o que contrasta imensamente com a Bíblia que, através dos séculos, tem seus apontamentos históricos e geográficos cada vez mais ratificados pela verdadeira ciência.
Evidentemente, nossa fé não está baseada nas descobertas da ciência. Entretanto, não podemos ignorar os benefícios provindos dela quando seus estudos servem para solidificar a nossa crença.

O objetivo desta matéria é apresentar uma lista parcial de algumas cidades mencionadas na Bíblia e encontradas atualmente pelas escavações arqueológicas. Elaboraremos a lista apresentando suas respectivas evidências. Esclarecemos também essa seletividade porque há centenas de outras cidades que também foram evidenciadas pela arqueologia. O que faremos aqui, no entanto, é apenas uma breve introdução ao assunto.

Este artigo se propõe tão somente a lançar mais evidências ao fato de que a Bíblia não é um livro de ficção, de histórias inventadas por homens falíveis, mas, sim, inspirada por Deus, portanto, suas citações geográficas resistem à verificação arqueológica.

De fato, a Bíblia não só descreve esses lugares em suas páginas como também o faz com extrema precisão. Vejamos:

1. Siquém

Referência bíblica: "E chegou Jacó salvo a Salém, cidade de Siquém, que está na terra de Cariàã, quando vinha de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade" (Gn 33.18;12.6; grifo do autor).


Evidência arqueológica:

"Escavações foram empenhadas em Siquém, primeiramente pelas expedições austríaco-alemãs em 1913 e 1914; posteriormente no período de 1926 a 1934, sob a responsabilidade de vários arqueólogos; e, por fim, por uma expedição americana no período de 1956 a 1972 [...] A escavação na área sagrada revelou uma fortaleza na qual havia um santuário e um templo dedicado a El-berith, `o deus do concerto'.

Este templo foi destruído por Abimeleque, filho do juiz Gideão (Veja Jz 9) e nos proporcionou uma data confiável acerca do `período teocrático'. Recentemente, nas proximidades do monte Ebal (Veja Dt 27.13), foi encontrada uma estrutura que sugere identificar um altar israelita.
Datado do 13° ou 12° século a.C., o altar pode ser considerado como contemporâneo de Josué, indicando a possibilidade de ter sido construído pelo próprio líder hebreu, conforme é descrito em Deuteronômio 27 e 28". (Horn, Siegfried H, Biblical archaeology: a generation of discovery, Andrews University, Berrien Springs, Michigan,1985, p.40).

2. Jericó

Referência bíblica: "Depois partiram os filhos de Israel, e acamparam-se nas campinas de Moabe, além do Jordão na altura de Jericó" (Nm 22.1; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"Jericó foi a mais velha fortaleza escavada". (Horn, Siegfried H. Biblical archaeology: a generation of discovery, Andrews University, Berrien Springs, Michigan, 1985, p. 37)

"A cidade de Jericó é representada hoje por um pequeno montículo de área [...1 A cidade antiga foi escavada por C. Warren (1867), E. Sellin e C. Watzinger (1907-09), J. Garstang (1930-36), e K. Kenyon (1952-58)". (Achtemeier, Paul J., Th.D. Harper's Bible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).

"A primeira escavação científica em Jericó (1907-9) foi feita por Sellin e Watzinger em 1913". (The New Bible Dictionàry Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1962).

3. Arade

Referência bíblica: "Ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava para o lado sul, que Israel vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel, e dele levou alguns prisioneiros" (Nm 21.1; 33.40; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"Escavações realizadas por Y. Aharoni e R. B. K. Amiran no período de 1962 a 1974 comprovaram a existên cia de Arade - 30 km ao nordeste de Berseba" (The New Bible Dictionary Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc.,1962).

"O local consiste em um pequeno monte superior ou acrópole onde as escavações revelaram ser a cidade da Idade do Ferro". (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper k Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).

4. Dã
Referência bíblica: "E chamaram-lhe Dá, conforme ao nome de Dá, seu pai, que nascera a Israel; era, porém, antes o nome desta cidade Laís" (Jz 18.29; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"A escavação de Dá começou em 1966 sob a direção de Avraham Biran". (Horn, Siegfried H., Biblical archaeology: a generation of discovery, Andrews University, Berrien Springs, Michigan, 1985, p.42).

"Primeiramente chamada Laís, esta cidade é mencionada nos textos das tábuas de Mari e nos registros do faraó Thutmose III, no século XVIII a.C. É identificada como Tel Dá (moderna Tell el-Qadi) e localiza-se no centro de um vale fértil, próximo de uma das principais fontes de alimentação, o Rio Jordão [...] Tel Dá tem sido escavada por A. Biran desde 1966. A primeira ocupação no local remonta ao terceiro milênio antes de Cristo". (Achtemeier, Paul J., ThU, Harper's Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).

5. Nínive

Referência bíblica: "E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levantate, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha presença" (Jn 1.1,2; 2Rs 19.36; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"Nínive foi encontrada nas escavações de Austen H. Layard no período de 1845 a 1857". (Douglas, J. D., Comfort, Philip W & Mitchell, Donald, Editors. Who's Who in Christian History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1992).

6. Betel

Referência bíblica: "Depois Amazias disse a Amós: Vaite, ó vidente, e foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza, mas em Betel daqui por diante não profetizarás mais, porque é o santuário do rei e casa real" (Am 7.12,13; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"W. F Albright fez uma escavação de ensaio em Betel em 1927 e posteriormente empenhou uma escavação oficial em 1934. Seu assistente, J. L. Kelso, continuou as escavações em 1954, 1957 e 1960" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper'sBible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).

8. Cafarnaum

Referência bíblica: "E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas?" (Mt 17.24; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"Cafarnaum foi identificada desde 1856 e, a partir de então, tem sido alvo de escavações nos últimos 130 anos" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harpers Bible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).

9. Corazim

Referência bíblica: "Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! peque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza" (Mt 11.21; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"Escavações na atual cidade deserta indicam que ela abrangeu uma área de doze acres e foi construída com uma série de terraços com o basalto da região montanhosa local" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's Bible Dictionary San Francisco: Harper ando 10.

10. Éfeso

Referência bíblica: "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Efeso, e fiéis em Cristo Jesus" (Ef 1.1; grifo do autor).

"E encheu-se de confusão toda a cidade e, unânimes, correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem" (At 19.29) . A cidade em referência é Éfeso.

Evidência arqueológica:

"Arqueólogos austríacos encontraram em escavações, no século passado, um teatro de 24.000 assentos, bem como muitos outros edifícios públicos e ruas do primeiro e segundo séculos depois de Cristo, de forma que a pessoa que visita o local pode ter uma boa impressão da cidade como foi conhecida pelo apóstolo Paulo" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harpers Bible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).

11. Jope

Referência bíblica: "E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles." (At 9.38; grifo do autor).

Evidência arqueológica:

"Durante escavações no local da antiga cidade de Jope (XIII a.C.) o portão da fortaleza foi descoberto..." (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).

Diante desta simples exposição, podemos afirmar como Sir Frederic Kenyon, que disse: "Portanto, é legitimo afirmar que, em relação à Bíblia, contra a qual diretamente se voltou a crítica destruidora dá segunda metade do século dezenove, as provas arqueológicas têm restabelecido a sua autoridade. E mais: têm aumentado o seu valor ao torná-la mais inteligível por meio de um conhecimento mais completo de seu contexto e ambiente. A arqueologia ainda não se pronunciou definitivamente a respeito, mas os resultados já alcançados confirmam aquilo que a fé sugere, que a Bíblia só tem a ganhar com o aprofundar do conhecimento".1

Nota
1 Josh MCDOwELL, Evidência que exige um veredicto, vol. 1, Candeia, 1992, p. 83.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Antiga Bíblia em siríaco é encontrada no Chipre

Por Sarah Ktisti e Simon BahceliNICOSIA (Reuters Life!) -

Autoridades do norte de Chipre acreditam ter encontrado uma antiga versão da Bíblia escrita em siríaco, um dialeto da língua nativa de Jesus.

O manuscrito foi encontrado durante uma batida policial contra supostos contrabandistas de antiguidades. A polícia turco-cipriota afirmou acreditar que o manuscrito possa ter dois mil anos de idade.

O objeto contém trechos da Bíblia escritos em letras douradas sobre velinos atados precariamente, segundo as fotos fornecidas à Reuters. Uma página traz o desenho de uma árvore, e outra oito linhas de escrita em siríaco.Entretanto, especialistas estão divididos quanto à proveniência do manuscrito e sobre este ser autêntico, o que o tornaria inestimável, ou uma fraude.

Eles dizem que o uso de letras douradas no manuscrito torna provável que tenha menos de dois mil anos."Creio ser mais provável que tenha menos de mil anos", disse à Reuters Peter Williams, da Universidade de Cambridge e grande perito no assunto.

Autoridades turco-cipriotas se apossaram da relíquia na semana passada e nove indivíduos estãosob custódia, aguardando maiores investigações. Mais pessoas ligadas ao achado estão sendo procuradas.

As investigações ainda descobriram uma estátua de orações e um entalhe em madeira de Jesus que se acredita pertencer a uma igreja no norte, de domínio turco, assim com dinamite.A polícia acusou os detidos por contrabando de antiguidades, escavação ilegal e posse de explosivos.

O siríaco é um dialeto do aramaico, a língua nativa de Jesus, outrora falado em boa parte do Oriente Médio e da Ásia Central. Ele é usado por cristãos sírios e continua em uso na Igreja Ortodoxa Síria de Chipre, enquanto o aramaico ainda é utilizado em rituais religiosos de cristão maronitas no Chipre."

Uma fonte muito provável do manuscrito pode ser a área de Tur-Abdin, na Turquia, onde ainda existe uma comunidade que fala o siríaco", disse à Reuters Charlotte Roueche, professora de Antigos Estudos Latinos e Bizantinos no King's College, de Londres.Após uma análise mais aprofundada de fotos do manuscrito, JF Coakley, especialista em manuscritos da Universidade de Cambridge e membro do Wolfson College, insinuou que o livro pode ter sido escrito bem mais tarde."

O texto em siríaco parece estar em linguagem siríaca oriental, com pontos nas vogais, e não se encontram manuscritos assim antes do século 15 aproximadamente.""Baseado em uma única foto, algumas palavras pelo menos parecem estar em siríaco moderno, uma língua que não foi posta no papel até a metade do século 19", disse ele à Reuters.


Fonte :http://diversao.uol.com.br/ultnot/reuters/2009/02/06/ult26u27773.jhtm

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ateísmo à italiana

Campanha contra Deus que se alastra pela Europa é barrada na Itália; ateus prometem batalha judicial.
A associação italiana União dos Ateus e Agnósticos Racionalistas (UAAR) foi proibida de divulgar uma campanha publicitária nos ônibus de Gênova.
A concessionária de publicidade nos meios de transporte públicos IgpDecaux considerou que o slogan “Má notícia: Deus não existe; boa notícia: você não precisa dele” é provocativo e não se enquadraria no código de ética da propaganda italiana“Não esperávamos a proibição da campanha, mas levávamos em conta o risco que corríamos.
O contrato já estava pronto para ser assinado”, disse à BBC Brasil Giorgio Villella, organizador dos eventos da UAAR e ex-secretário nacional da entidade.
A IgpDecaux, com sede em Milão, argumentou que a natureza da campanha ateísta - que segue o exemplo de outras que estão sendo veiculadas em ônibus ingleses e espanhóis - só será autorizada caso o slogan seja alterado. Segundo o administrador do órgão, Fabrizio DuChene, a proibição não levou em conta as pressões da Igreja.
A UAAR promete lutar para ter o direito de dizer ao público que Deus não existe. “Vamos pedir que à prefeitura de Genova revogue o contrato com a IgpDecaux. A prefeita da cidade, que é laica, tinha se declarado favorável à campanha, realçando o direito de liberdade de expressão. E iremos até a Corte de Justiça Europeia se for necessário”, afirma Villella.A Igreja Católica comemorou o cancelamento da campanha.
Para o monsenhor Marco Granara, reitor do Santuário de Nossa Senhora della Guardia, prevaleceu o bom senso. “Todos os problemas deste tipo, como o ateísmo e a homossexualidade, não devem ser enfrentados com batalhas, mas sempre através do espaço para o diálogo”, disse ele ao jornal La Repubblica.
Durante a fase de discussão sobre a campanha, alguns motoristas cristãos da empresa de transporte público de Gênova ameaçaram não conduzir ônibus que carregassem a propaganda ateísta.
A veiculação da campanha custaria cerca de 8 mil euros (aproximadamente R$ 23 mil). Dois ônibus circulariam a partir do dia 4 de fevereiro durante quatro semanas. Giorgio Villela diz que os 13 mil euros em doações que a UAAR recebeu serão agora usados na “batalha judicial para dar voz a quem não acredita em Deus.”

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A ciência ajuda ou ameaça a fé - Por J. P. Moreland

A questão é: como devemos entender o relacionamento entre a ciência e o cristianismo?

Em uma festa, fui apresentado a um professor de física. Ao saber que eu era filósofo e teólogo, ele me notificou sobre a natureza irracional das minhas áreas, argumentando que a ciência removeu a necessidade da crença em Deus.

Outros defendem a idéia de que ciência e teologia não se misturam, como o óleo e a água. São tão diferentes uma da outra que nenhuma descoberta científica tem qualquer sentido para a teologia, e vice-versa. “Ciência e religião são esferas de vida radicalmente divergentes”, asseguram.

Essa opinião foi sacralizada na lei, no julgamento da ciência criacionista em Little Rock, Arkansas, nos Estados Unidos, em dezembro de 1981.

Naquele tribunal, a ciência criacionista foi julgada como religião disfarçada de ciência.Ainda outros parecem crer que a teologia não é racional, a menos que tenha comprovação científica, e assim passam a procurar fervorosamente essa confirmação.

Quem está certo?
Será que a ciência é uma ameaça ou um auxílio à fé, ou são campos não-correlatos em nível intelectual?


Ao examinarmos esse assunto, devemos manter em mente que a relação entre a ciência e a teologia não é uma questão científica apenas, ela envolve a teologia, a filosofia e a história da ciência.

À medida que perscrutamos esses campos em busca de compreensão, descobrimos diversos modelos de integração, cada um dos quais tendo algo importante a oferecer. A seguir veremos quatro desses modelos:Primeiro, a teologia proporciona uma visão de mundo na qual as pressuposições da ciência são melhor justificadas. A ciência não pode ser praticada sem alicerces.

De fato, requer pressuposições filosóficas substanciosas, até para começar. Tais pressupostos incluem a existência do mundo, sua natureza organizada e sua cognoscibilidade, a confiabilidade dos nossos sentidos e do nosso intelecto para descobrir a verdade, a existência da própria verdade e a uniformidade da natureza.

Muitos têm defendido que estes pressupostos, apesar de coerentes, com uma visão de mundo naturalista, são estranhos e sem justificativa conclusiva nessa visão de mundo. Tais pressupostos são melhor explicados e se encaixam melhor numa cosmovisão cristã.

O segundo modelo é aquele no qual a teologia complementa e acrescenta detalhes aos princípios gerais do modelo científico, ou vice-versa. Ou, então, que ela ajuda a aplicar, de maneira prática, os princípios no modelo científico, ou vice-versa.

Por exemplo, a teologia ensina que os pais não devem incitar seus filhos à ira, e a psicologia pode acrescentar detalhes importantes, oferecendo informações’ sobre a natureza e as causas da ira.

A psicologia pode delinear vários testes para avaliar se alguém é ou não uma pessoa madura, e a teologia pode oferecer uma definição normativa ou padrão do que é uma pessoa madura.

O terceiro modelo representa as crenças e os métodos da ciência e da teologia como envolvendo duas áreas da realidade distintas, não-encaixáveis (e.g., o natural versus o sobrenatural), ou como envolvendo duas descrições complementares que não interagem entre si – cada uma das quais parcialmente correta, mas incompleta – da mesma realidade. Cada nível de descrição não apresenta lacunas que precisariam ser preenchidas pela informação da outra disciplina.

Por exemplo, debates sobre a extensão da Expiação nada tem a ver com a química inorgânica. Semelhantemente, os teólogos têm pouco interesse em saber se a molécula de metano possui três ou quatro átomos de hidrogênio. Adicionalmente, uma descrição teológica de certos aspectos da maturidade humana (e.g., Sally está-se tornando mais semelhante a Cristo) pode complementar uma descrição psicológica da maturidade humana (e.g., Sally está-se tornando um self-unificado).

Esse terceiro ponto de vista, de que a ciência e a teologia são duas descrições parciais complementares do mundo, é muito popular hoje, e por bons motivos. Ele consegue apreender acuradamente parte da maneira com que a ciência e a teologia se relacionam. Para entender isso, é importante compreender a distinção entre as ações primárias e as secundárias, casuais, de Deus.

A grosso modo, o que Deus fez ao abrir o Mar Vermelho foi um ato causativo primário; o que Deus fez direcionando e mantendo aquele mar antes e depois de parti-lo envolveu ações causativas secundárias da parte de Deus.

A forma costumeira pela qual Deus opera manifesta-se nas causas secundárias, pelas quais Ele sustenta a existência dos processos naturais e os emprega como agentes intermediários para cumprir algum propósito.

As causas primárias são a forma não-costumeira de Deus operar e envolve ações miraculosas diretas, não-contínuas, de Deus.O ponto de vista da complementaridade é especialmente útil quando Deus age através de causas secundárias.

Por exemplo, as descrições químicas da síntese da água a partir do hidrogênio e do oxigênio são complementares a uma descrição teológica do governo providencial de Deus sobre os elementos químicos durante a reação. Infelizmente, muitos que advogam o ponto de vista da complementaridade levam sua posição longe demais, não deixando espaço para um quarto modelo de integração.

Esse abuso do modelo complementar está arraigado num entendimento inadequado da integração e numa compreensão imprópria da história e da filosofia da “ClenCla”.

De acordo com este quarto modelo de integração, visto que abordam de modo interativo os mesmos fenômenos, a ciência e a teologia podem estar de acordo ou em conflito de diversas maneiras. Às vezes uma crença científica será contraditória, quanto à lógica, a uma crença teológica.

Por exemplo, algumas versões do modelo de universo pulsante implicam num universo que não teve início, e isso contradiz o ensino bíblico de que houve um princípio.

Às vezes a ciência e a teologia fazem declarações que não são contraditórias, do ponto de vista da lógica, ambas poderiam ser verdadeiras, mas são, contudo, difíceis de se encaixar, ou tendem a ser mutuamente excludentes.

Por exemplo, a maioria dos evolucionistas tem defendido que a teoria da evolução pesa fortemente contra o entendimento de que os organismos vivos (incluindo os humanos) têm uma essência ou uma substância que poderíamos chamar de “alma”.

De acordo com a teoria naturalista da evolução, os organismos vivos são, na sua inteireza, o resultado de processos materiais que operam em objetos estritamente físicos (e.g., o “caldo orgânico”).

Não há contradição em aceitar a teoria evolucionária naturalista e ainda assim ver os organismos como criaturas com almas e essências, como a teologia cristã parece subentender. Mas a realidade da alma e a existência das essências são difíceis de se encaixar na teoria evolucionária naturalista.

Também é possível que as crenças científicas e teológicas se reforcem mutuamente. Por exemplo, alguns defenderam que o Big Bang deu apoio à crença teológica de que o universo teve um princípio.

O mesmo afirma-se sobre a segunda lei da termodinâmica, quando aplicada ao universo como um todo.

Outros exemplos de descobertas científicas que dão apoio a pressupostos teológicos incluem o delicado equihôrio entre as várias constantes da natureza (e.g., a gravidade), necessário para que aparecesse qualquer tipo de vida no universo, as lacunas sistemáticas no registro fóssil, a informação contida no DNA e a natureza da linguagem humana.


Em cada caso, as crenças teológicas já eram razoáveis sem a ciência, mas as descobertas científicas conferiram apoio adicional a elas. O importante neste quarto modelo é que ele permite que as crenças teológicas penetrem na própria prática da ciência.

De fato, não se pode ler a história da ciência sem notar que a teologia regularmente adentrou na prática científica, às vezes de modo inadequado, mas outras, de modo bastante apropriado.

Qualquer compreensão da ciência que desconsidere este quarto modelo é uma descrição revisionista da história da ciência.No espírito deste quarto modelo, o filósofo Alvin Platinga desafiou os cristãos a desenvolverem o que ele chama de ciência teísta.

A ciência teísta está arraigada na idéia de que os cristãos têm a obrigação de consultar tudo o que sabem - incluindo as crenças teológicas - para formar e testar hipóteses, ao explicar as coisas que dizem respeito à ciência e ao avaliar a plausibilidade das teorias científicas.Mais especificamente, a ciência teísta exprime um compromisso com a crença de que Deus, concebido como um agente pessoal com grande poder e inteligência, através do agir primário e direto, assim como do causar secundário e indireto, criou e planejou o mundo para um objetivo.

Ele interferiu diretamente no curso deste processo em várias ocasiões (e.g., na criação direta do universo, nos primeiros seres vivos, nas formas básicas de vida e nos seres humanos). E tais concepções podem entrar na própria textura da prática científica.Para esclarecer mais ainda, permita-me delinear três modos pelos quais as crenças teológicas podem introduzir-se na ciência.

Primeiro, as proposições teológicas podem prover uma bagagem de crenças, usadas para avaliar uma hipótese científica. As crenças teológicas de que o universo teve um princípio e de que o adultério é pecaminoso podem ser usadas para avaliar as hipóteses que afirmam que o universo tem um passado infinito, ou que o adultério pode ser um sinal de maturidade psicológica.

Segundo crenças teológicas podem guiar a pesquisa e gerar predições que podem ser testadas. Por exemplo, as asserções teológicas de que os tipos básicos de vida foram criados diretamente, de que os humanos surgiram no Oriente Médio e de que o dilúvio de Noé teve certas características podem produzir predições verificáveis; isto é, existirão lacunas no registro fóssil, os restos humanos mais antigos serão encontrados no Oriente Médio e terá de haver limites no cruzamento de espécies.

Adicionalmente, a idéia de um ato direto, criativo, da parte de Deus, pode ser usada para explicar coisas que são passíveis de descobertas pela ciência.

A ciência pode descobrir informações no DNA, que o universo teve um princípio e que a linguagem humana é ímpar, e a teologia pode prover explicações para essas descobertas. Nem todos se satisfazem com a noção de ciência teísta.

Por vários motivos, muitos desejam manter a ciência separada da teologia, embora talvez como um complemento. Alguns empregam a estratégia “deus-das-lacunas” , na qual só se crê na atuação de Deus quando há lacunas na natureza. Apela-se para Deus para encobrir a ignorância humana.

Todavia, as lacunas no nosso conhecimento estão-se tornando menores, o que não deixa de ser uma estratégia fraca.A ciência teísta, contudo, não limita a atividade de Deus às brechas. A natureza não é autônoma.

Deus está constantemente ativo sustentando e governando o universo. Tampouco a ciência teísta apela para os atos diretos de Deus para encobrir a ignorância humana.

Tais apelos são feitos somente quando há boas razões teológicas ou filosóficas para esperar uma descontinuidade da natureza.Finalmente, Stephen C. Meyer, filósofo do Witworth College, fez uma distinção entre a ciência empírica e a histórica.

A ciência empírica é uma abordagem não-histórica do mundo, que focaliza os eventos que podem ser repetidos, que são regularmente recorrentes na natureza (e.g., reações químicas).

Em contraste, a ciência histórica tem uma natureza histórica e focaliza os eventos passados, que não podem ser repetidos (e.g., a morte dos dinossauros). Na história da ciência, os apelos impróprios à ação causal primária de Deus para explicar certo fenômeno ocorreram na ciência empírica.

Tais apelos eram errôneos, visto que nestes casos Deus age através da causa secundária, e não primária. A conclusão apropriada envolve limitar o apelo à atividade causativa primária de Deus à ciência histórica, e não eliminar completamente tais apelos da “clencla”.Eis uma segunda objeção à ciência teísta: a ciência explica as coisas usando as leis naturais, e um ato de Deus não é uma lei da natureza. Esta objeção é igualmente equivocada.

É verdade que explicamos coisas na ciência empírica apelando para a lei natural. A formação da água a partir do hidrogênio e do oxigênio, por exemplo, é explicada pelas leis da química. Na ciência histórica, entretanto, explicamos a existência de algo postulando uma entidade causal para ele.

Os cosmologistas explicam algum aspecto do universo não só apelando para as leis naturais do movimento, mas também citando o Big Bang como um evento causal singular.

Na arqueologia, na psicologia e na ciência forense apela-se para atos ou estados de agentes como causas dos fenômenos (e.g., um determinado comportamento obsessivo foi causado pelo desejo de ser amado).

Isso não é anticientífico, e se os cristãos têm razão para suspeitar que Deus criou diretamente, digamos, os seres humanos, então apelar para suas ações encaixa-se num padrão respeitável de explicação científica.Em suma, há vários aspectos na integração da ciência e da teologia, e a ciência teísta é uma parte legítima de tal integração. A teologia não precisa da ciência para ser racional.

Em princípio, porém, nada há de errado em trazer a teologia de alguém ao exercício da ciência. Deixando as intimidações intelectuais de lado, é hora de os cristãos repensarem tais questões e permitirem que a ciência teísta seja parte da forma com que amam a Deus com suas mentes.


J. P. Moreland é diretor do programa de mestrado em filosofia e ética na Escola de Teologia de Talbot, na Universidade de Biola, em La Mirada, Califórnia, e autor do livro “Christianity and the Nature of Science” (editora Baker).